Introdução

Estimad@s alun@s:

Este manual foi concebido com o intuito de auxiliá-los na correta elaboração do documento PF-D0, que é o primeiro passo desse longo caminho para a construção da dissertação (projeto final). Aqui vocês encontrarão as informações necessárias para completar os campos obrigatórios do PF-D0, bem como alguns exemplos para facilitar sua compreensão.

É fundamental que vocês completem o PF-D0 com este manual em mãos, para fazer as consultas correspondentes e evitar erros comuns. Uma leitura prévia deste manual também é altamente recomendada antes de elaborar o PF-D0.

Lembrem-se de que o PF-D0 não será aprovado pela Secretaria de Projeto Final até que ele esteja corretamente elaborado. A Secretaria de Projeto Final tem um prazo de até 7 dias para analisar o documento. Caso haja necessidade de correção, vocês receberão o feedback correspondente para fazer os ajustes necessários. Depois de fazer as correções, vocês devem enviar novamente o documento por meio da plataforma, iniciando-se mais uma vez o prazo de avaliação.

Existe um limite de envios? Quantos envios a plataforma aceitará para este PF-D0?

Não há limite. O aluno poderá fazer o upload do documento quantas vezes forem necessárias.

Portanto, para economizar tempo, é muito importante que vocês leiam atentamente este manual, evitando idas e vindas desnecessárias.

Da parte da Secretaria de Projeto Final, desejamos a vocês muito sucesso neste processo. Estaremos sempre ao lado de vocês nestes passos iniciais.

Considerações iniciais

A seguir, faremos algumas considerações importantes a serem levadas em conta no desenvolvimento do documento:

Em sua redação, vocês jamais devem escrever com letras maiúsculas.

Sempre utilizem o formato de oração, exatamente como este texto foi escrito. Escrever com letras maiúsculas é considerado um sinal de descortesia e, para muitos, é difícil de ler; já na linguagem informática, este é interpretado como um grito virtual.

Os campos a completar podem começar com ‘Selecione” ou “Escreva”. Os campos que iniciam com “Selecione” possuem um menu suspenso, onde vocês devem clicar e selecionar uma das opções. Os campos que iniciam com “Escreva” são campos de texto livre, onde vocês devem escrever com as suas palavras.

Para manter os estilos, o tipo de fonte, o tamanho da fonte e outras características estéticas do texto, é conveniente escrever diretamente sobre os campos. Se a informação vier de outro documento, o “copia e cola” carregará as características do texto original, desordenando esteticamente o documento, fazendo com que sua formatação se perca. Como sugestão, para evitar esse tipo de inconveniente, caso as informações necessárias estejam em outro documento, copiem e colem o texto em um bloco de notas. Em seguida, copiem o texto do bloco de notas e colem no campo correspondente. Desta maneira, vocês “limparão” a formatação do texto original, respeitando as características do documento.

Ponto 1: Nome do programa de estudos

Esse dado é fundamental para que a Secretaria de Projeto Final analise se a proposta do tema do projeto final é pertinente ao programa de estudos no qual vocês estão matriculados. Não se esqueçam de detalhar a especialidade/optativa no caso de seu programa a incluir.

Se vocês não souberem ou tiverem dúvidas sobre o nome correto de seu programa de estudos, consultem seu PANAL, conforme indicado na figura abaixo:

Alguns programas com dupla titulação podem ter nomes diferentes para cada universidade, como nesse exemplo da figura acima. Se este for o caso de vocês, selecionem apenas um deles e preencham o campo com o nome do programa que vocês escolheram.

Ponto 2: Nome do aluno

Em Nome do aluno, escrevam seus nomes completos, com todos os nomes e sobrenomes, sem usar abreviações.

Ponto 3: Defina o tema do PF

Selecionar o tema da pesquisa pode não ser uma tarefa fácil para muitos alunos. Sabemos que, nos trabalhos de pesquisa, espera-se que o aluno traga um novo conhecimento à comunidade científica ou, no caso de a dissertação possuir um enfoque projetivo/profissionalizante, que o aluno apresente uma solução para o problema identificado.

Mas quando lemos os trabalhos que foram publicados na respectiva área de conhecimento, temos a impressão de que tudo já foi estudado e/ou descrito. É muito comum que, neste momento, o estudante sinta que está em um “beco sem saída”.

O estudante precisa compreender que, embora um determinado estudo já tenha sido feito, o mesmo pode ser replicado em outros contextos ou sob outras perspectivas. Por exemplo: suponhamos que uma determinada pesquisa tenha identificado que, na cidade de Cali (Colômbia), os estudantes do ensino fundamental de escolas privadas possuem um maior nível de consciência ambiental em comparação com os estudantes de escolas públicas. Esses resultados podem ser diferentes com os estudantes do ensino médio. Como seria nos estudantes universitários? E como seria em Cochabamba, na Bolívia? Ou seja, o mesmo estudo, ou a mesma metodologia, pode ser aplicado em diferentes contextos.

Qual é o tema do PF?

O tema do PF deve ser focado no objeto de estudo (o fenômeno que será investigado).

É essencial que o tema do PF esteja diretamente relacionado ao programa de estudo ou ao módulo de especialização, quando for o caso.

Por exemplo, um aluno matriculado no Mestrado em Mudanças Climáticas deve, obrigatoriamente, apresentar um tema relacionado às mudanças climáticas. Ele pode até ter como objeto de estudo a gestão de resíduos sólidos domiciliares, mas deve necessariamente relacionar os resultados dessa gestão aos possíveis efeitos sobre as mudanças climáticas.

Como posso começar a escolha do tema do meu PF?

A Secretaria de PF e os professores não podem sugerir temas de pesquisa ao aluno. A escolha do tema depende de muitos fatores pessoais e podemos destacar 4 pontos importantes para que o estudante os considere na busca do tema de seu PF:

1. Relação com o programa: como já mencionamos, esse é um ponto fundamental para a escolha do tema do PF. Se o tema apresentado não estiver diretamente relacionado ao programa de estudos, suas propostas serão rejeitadas.
2. Afinidade/identidade com o tema: é fundamental que o tema selecionado seja do agrado de vocês e/ou que vocês tenham alguma identidade com ele. Quando estamos realmente curiosos para encontrar a resposta para o problema, temos essa importante motivação, que é o combustível que todo pesquisador precisa ter. Lembrem-se de que o processo de pesquisa exigirá muitas horas de dedicação e reflexão e, portanto, dedicar-se intensamente a algo que não agradem vocês pode se transformar em tortura e, evidentemente, essa relação ruim entre ambas as partes se refletirá no próprio trabalho.
3. Experiência no tema: é favorável que o aluno tenha alguma experiência no tema. Talvez, tentar encontrar um tema que faça parte de sua rotina de trabalho e, assim, aproveitar esse contexto para obter os dados necessários. É muito difícil concluir um trabalho no qual vocês não têm experiência, mesmo que seja interessante para vocês. Por exemplo, para um advogado, embora ele esteja muito interessado no assunto, será muito complicado trabalhar em uma proposta para projetar uma estação de tratamento de efluentes com todas as implicações de engenharia envolvidas para realizar esse tipo de trabalho.
4. Apoio da bibliografia: como todo trabalho acadêmico/científico, é fundamental apoiar-se na literatura para dar a vocês o suporte teórico e metodológico. Não é impossível trabalhar em temas pouco discutidos na literatura, mas o caminho se torna muito mais complicado. Portanto, façam uma pesquisa prévia na literatura. Verifiquem o que foi recentemente publicado sobre esse tema. Procurem também as referências clássicas sobre essa temática.

A seguir, indicamos alguns dos clássicos portais de busca científica:

EBSCO: https://www.ebsco.com/ (acesso gratuito entrando pelo Campus Virtual)

SciELO: www.scielo.org/php/index.php

LILACS: http://lilacs.bvsalud.org/es/

Directory of Open Access Journals: https://doaj.org/

ScienceDirect: http://www.sciencedirect.com/

Elsevier: http://www.elsevier.com/advanced-search

Dialnet: http://dialnet.unirioja.es/

Google Acadêmico: http://scholar.google.es/

PubMed: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/

O conhecimento da língua inglesa é muito importante nesse processo de busca bibliográfica. É importante destacar que a maior parte da publicação científica de alto impacto e relevância é publicada em inglês.

É comum ler comentários de alunos alegando que há escassa publicação sobre o tema escolhido, quando, na verdade, o tema é muito discutido, mas em inglês. Com toda a tecnologia que temos hoje, vocês podem traduzir páginas com apenas dois cliques. É verdade que a tradução não é perfeita, mas é muito útil.

Ponto 4: Escolha do tipo de Projeto Final

A elaboração de um Projeto Final (PF) envolve a implementação daquilo que foi aprendido, podendo ser realizado mediante dois tipos de enfoque:

1. Projeto de pesquisa científica: visa gerar novos conhecimentos, expandi-los, ou sugerir novas linhas de estudo por meio de um processo rigoroso em termos de métodos, critérios e sistemas de pesquisa científica. Com isso, busca-se garantir que os resultados obtidos tenham um valor real que contribua para a descoberta de soluções para o problema de pesquisa proposto.
2. Projeto com enfoque profissionalizante: é uma proposta e/ou implementação do conhecimento com o objetivo de responder às necessidades ou oportunidades identificadas em um determinado contexto profissional real, relacionado ao local de trabalho, com base em um diagnóstico situacional. Embora inclua tarefas e processos de obtenção e análise de informações (identificação e análise de necessidades, por exemplo), o projeto profissionalizante deve sempre conter uma proposta de possível aplicação prática.

Ponto 5: Viabilidade do PF proposto

Antes de iniciar um projeto, é fundamental verificar sempre se temos todos os recursos necessários para realizá-lo. Considerem que a viabilidade do PF é um dos pontos mais importantes do desenvolvimento de um projeto.

É comum verificar regularmente como os alunos não dão muita importância à viabilidade. Eles fazem toda a revisão bibliográfica, preparam sua sustentação teórica, formulam a estratégia metodológica e, quando chegam às empresas ou entidades para aplicar as pesquisas ou coletar os dados, encontram as portas fechadas devido à política interna das mesmas. Então, eles precisam começar tudo de novo, com uma nova proposta.

Para evitar inconvenientes na execução de sua proposta, apresentamos, a seguir, os 4 pontos fundamentais para a análise da viabilidade:

Viabilidade técnica:

Vocês possuem as principais ferramentas?

Demonstrem que vocês têm todas as ferramentas necessárias para realizar o projeto. Por exemplo, se vocês pretendem fazer um estudo com georreferenciamento, precisarão necessariamente de um GPS. Se pretendem projetar uma fábrica, necessitarão de um software de design. É essencial que o estudante tenha acesso às principais ferramentas para a coleta e o tratamento dos dados.

Se a localidade do estudo é de difícil acesso, como, por exemplo, uma determinada região da floresta amazônica, vocês conseguirão acessar essa região? A localização da área de estudo também é um ponto-chave que o estudante deve levar em conta para analisar a viabilidade técnica.

Vocês terão acesso às informações?

Um tema não pode ser proposto se o estudante não estiver convencido de que terá acesso à informação. Pode ser interessante realizar um estudo para conhecer os critérios utilizados pelos departamentos de recursos humanos das empresas de construção civil em seus processos de recrutamento e seleção de pessoal. Mas as empresas estariam dispostas a fornecer as informações?

Existem tema delicados que podem gerar desconfiança por parte das pessoas entrevistadas. Elas podem fechar suas portas ou fornecer informações não confiáveis. Alguns trabalhos podem exigir autorização da pessoa responsável pela instituição para que os mesmos sejam realizados neste estabelecimento. Vocês têm essa autorização?

A informação necessária também pode estar em locais de acesso difícil, como, por exemplo, comunidades isoladas. Imaginem uma comunidade tradicional que vive em uma área remota. Vocês têm certeza de que essa população concordaria em participar do projeto?

Portanto, é fundamental que o estudante tenha absoluta certeza de que terá acesso às informações necessárias e confirme isso em seu texto apresentado no PF-D0.

Viabilidade econômica:

A viabilidade econômica da pesquisa está diretamente relacionada à viabilidade técnica. O estudante deve refletir sobre os recursos materiais e humanos necessários para realizar a pesquisa e se terá disponibilidade financeira para custear todo o trabalho.

Alguns trabalhos podem exigir a contratação de pessoal para apoiar o estudante na coleta de dados. Em outros, também pode ser necessário adquirir equipamentos de medição e softwares, gastar com passagens e/ou hospedagens, entre tantas outras possibilidades de custo inerentes à execução do trabalho.

O estudante deve fazer uma reflexão profunda, ter muita clareza em todas as etapas do trabalho e indicar que possui os recursos financeiros para conduzir a proposta de pesquisa.

Viabilidade temporal:

O tempo pode depender de muitos outros fatores, como, por exemplo, a tecnologia disponível para vocês, suas condições econômicas para custear o projeto, a disponibilidade de apoio pessoal, entre outros. Também pode depender do alcance da pesquisa em si. Por exemplo, seria impossível realizar um estudo que requer o acompanhamento de um determinado grupo ao longo de um ano se vocês tiverem de entregar o projeto final nos próximos 6 meses.

Também é importante avaliar a sua disponibilidade para se dedicar à execução do trabalho de acordo com a complexidade da proposta. Se, devido à complexidade do tema, for necessário muito tempo de dedicação e a rotina profissional/pessoal atual não permitir essa dedicação, é evidente que vocês não terão essa viabilidade temporal.

Viabilidade prática:

Como qualquer Projeto Final, o tema deve originar algum conhecimento novo ou fornecer uma solução a um problema real que tenha sido identificado pelo aluno. Abaixo, apresentamos algumas perguntas que podem orientá-los a avaliar essa viabilidade prática:

• Seu trabalho é inovador na área?
• Seu trabalho terá algum impacto em sua área de conhecimento?
• Ele possui alguma aplicação prática?
• Quem poderá se beneficiar dos resultados de seu trabalho?
• Qual é a utilidade de investigar o problema que você escolheu?
• Em que é benéfico para a sociedade desenvolver seu tema de pesquisa?
• A sua pesquisa tem impacto em algum problema prático?
• Quais serão a utilidade e a aplicabilidade dos resultados obtidos a partir da pesquisa?
• Sua pesquisa trará alguma valiosa contribuição teórica?
• Você acha que sua pesquisa contribui para gerar reflexão crítica e debate acadêmico?
• Graças à sua pesquisa, serão criados métodos novos e úteis para investigar determinados objetos de estudo?
• Ela irá gerar uma nova técnica que produzirá conhecimentos válidos e confiáveis?

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: apresentem com muita clareza todas as viabilidades comentadas neste manual. É importante ressaltar e deixar muito evidente que o tema que vocês estão propondo é viável. Se a Secretaria do PF não estiver convencida de que vocês terão os recursos necessários para executar a proposta, o documento pode ser rejeitado ou devolvido com observações. Indicar apenas que o trabalho de vocês terá viabilidade técnica, econômica, temporal e prática não é suficiente. Expliquem por que ele é viável!

Ponto 6: Conceitos-clave

Os conceitos-chave podem ser termos compostos por duas ou mais palavras, como “Gestão ambiental” ou “Plano de marketing”, por exemplo. Não há necessidade de ser uma só palavra.

É muito comum que estudantes não deem importância aos conceitos-chave e escolham qualquer palavra genérica que tenha alguma relação com o tema da pesquisa. Este é um erro grave!

Os conceitos-chave são extremamente importantes em trabalhos acadêmicos/científicos porque permitem que seus trabalhos sejam facilmente encontrados nos buscadores e, é claro, aumenta a possibilidade de que outras pessoas os encontrem e possam citá-los.

Os conceitos-chave devem ser cuidadosamente escolhidos e ter uma conexão direta com os temas centrais da pesquisa. Esses termos devem transmitir ao leitor do trabalho uma ideia do que ele poderá encontrar.

Evitem usar conceitos que fazem parte do título do trabalho. Isso aumenta a probabilidade de seu trabalho ser encontrado nos buscadores.

Segundo Lebrun (2007), é possível classificar os conceitos-chave em três categorias: gerais, intermediários e específicos. Embora pareça inadequado pelo fato de ser muito genérico, é interessante que um dos conceitos-chave seja geral, pois ele amplia a possibilidade de pesquisadores de outras áreas encontrarem seus trabalhos. Conceitos-chave intermediários geralmente são associados aos métodos usados ou a subdomínios. E conceitos-chave específicos podem, por exemplo, estar associados ao local do estudo.

Como sugestão, é interessante ter um conceito-chave geral, três intermediários e um específico.